Tuesday, November 24, 2009

MinC aprova Memorial Sivuca

[Para melhor visualizar as fotos e legendas, clique na ilustração]


Será um grande complexo/Centro Cultural, com moderníssimos equipamentos, interatividade e até as trilhas sonoras originais


Evandro da Nóbrega

ESCRITOR, JORNALISTA, EDITOR

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Este material é também publicado nos seguintes URLs:


- Blog Cultural El Theatro, de Elpídio Navarro

[www.eltheatro.com];


- Portal PS on Line, de Paulo Santos

[www.psonlinebr.com] e


- Jornal A União On Line

[www.auniao.pb.gov.br]


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Já noticiei, aqui mesmo, em primeira mão, que a Paraíba terá dois Memoriais dedicados a Sivuca:


a) um maior, em João Pessoa; e


b) outro menor, mas igualmente importante, em Itabaiana, sua terra natal.


Agora anuncio também com exclusividade: o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, já aprovou o projeto do Memorial Sivuca da Capital paraibana.


Autoridades do MinC e do Estado vão dar oficialmente maiores detalhes, mas já se pode garantir:


— o Ministro Juca Ferreira acaba de destinar os recursos necessários à execução da obra, no Orçamento do MinC para 2010, ano em que se iniciará e será concluído o grande emprendimento.


É realmente um empreendimento grande. Quando tomou conhecimento, via Flávio Tavares, do projeto elaborado sob os auspícios do atual Governo da Paraíba, o Ministro Juca ficou realmente maravilhado com a idéia. Porque, como muitas cabeças pensantes do Brasil, considera Sivuca um dos maiores músicos do século XX em todo o Mundo.


O responsável pelo MinC avisou então: por se tratar de Sivuca, seu Memorial não deveria ser “coisa pequena” — mas todo um Complexo Cultural à altura da grandeza do músico nascido em Itabaiana e notabilizado em todo o Planeta.


Tanto que o projeto original, saído da Paraíba e elaborado em São Paulo, por escritório especializado, teve que sofrer pequenas alterações, a fim de adequar-se à visão ministerial — que é, afinal, a visão dos que conhecem o significado da magistral contribuição de Sivuca à Música universal.


A aprovação integral do projeto constitui, de quebra, mais uma vitória, na área cultural, do atual Governo paraibano.


Além do Governador José Maranhão, envolveram-se pessoalmente, nesta batalha, entre outros: Glorinha Gadelha, viúva de Sivuca; o secretário da Educação e Cultura Salles Gaudêncio; o subsecretário-executivo da Cultura, David Fernandes; e o assessor cultural Chico Pereira.



Ministro Juca Ferreira é entusiasta do projeto



A isto se junte a vantagem de a idéia contar desde o início com a decidida simpatia do Ministro Juca Ferreira — responsável, em grande parte, como antigo secretário-executivo do MinC, pelo sucesso da Administração Gilberto Gil, seu antecessor na Pasta.


Para se fazer justiça, tudo se iniciou, em termos do projeto propriamente dito, com o então subsecretário Flávio Tavares, que levou ao Ministro Juca Ferreira a idéia primordial.


Essa idéia foi ampliada, com sugestões do próprio titular do MinC e complementada pelo sucessor de Flávio Tavares à frente da Subsecretaria Executiva da Cultura.


Assim, pode dizer-se que “Flávio bateu o escanteio e David cabeceou para o gol”.


O genial artista plástico (sobretudo pintor) Flávio Tavares — com o aval do secretário da Educação, Sales Gaudêncio, e do subsecretário executivo da Cultura, David Fernandes — continua e continuará à frente do projeto. E ainda haverá de fazer mais, inclusive pintando um grande painel para o Memorial, sob o tema “Feira de Mangaio”.


Contrapartida do Governo estadual: a cessão de amplo terreno em área verdejante da Capital. E Glória Gadelha entrará com sua parte, doando o acervo de Sivuca — de que é, como viúva, a mui leal (e legal) guardiã.



Um monumento ‘vivo’ e não apenas burocrático



Esses Memoriais Sivuca, em João Pessoa e em Itabaiana — além do Café Cultural Sivuca, também nesta última cidade, entre outras iniciativas em território da Paraíba e do Brasil — ajudarão de quebra a evitar a já visível tendência: que a memória de Sivuca seja mais cultuada no Exterior que em seu país natal.


Tal distorção acontece, por exemplo, com outro grande paraibano, o maestro José Siqueira (1907-1985), cujo legado musical é bem mais cultivado no Estrangeiro (especialmente na Rússia) do que em nossas tupiniquins plagas. Por aqui, no Brasil, não se ouve falar de (novas) gravações de Siqueira — ao passo que, da gravadora russa Melódya, eu mesmo, que não sou ninguém no meio da Crítica musical, recebia regularmente seus novos discos (gravados por orquestras eslavas!) e suas partituras.


O Memorial Sivuca se constituirá num grande Complexo ou Centro de Cultura, localizado num amplo espaço verde da Capital paraibana, com teatro interno, biblioteca especializada, salas para cursos de música, sala para leitura das partituras do Mestre, museu, cafeteria, salas audiovisuais em HD (alta definição), espaço para eventos nos jardins externos etc, além do Memorial "vivo" propriamente dito (e não apenas burocrático).


Itabaiana, terra natal do grande músico paraibano-universal, também terá seu Memorial Sivuca, com prédio-sede já reservado. Serão destinadas a esse Memorial itabaianense as peças em duplicata (e são em grande número!) existentes no acervo sivuquiano, tão bem conservado e ampliado por Glorinha Gadelha.


No Memorial Sivuca de João Pessoa, cursos para jovens poderiam até ser ministradas pelo Departamento de Música da UFPB. Esta Instituição lançou recentemente, por iniciativa do Reitor Rômulo Polari e da Vice-Reitora Yara Matos, magnífico álbum com as partituras sinfônicas de Sivuca — obra que vem merecendo a melhor aceitação em todo o Brasil e no Exterior.



Modernidade do Complexo impactará visitantes locais, nacionais e estrangeiros



De acordo com o originalíssimo (e mui elogiável) projeto, o Memorial servirá como espaço inédito para documentar, difundir e celebrar a riqueza da arte, a história e a memória do grande artista brasileiro. Abrigará importante acervo (partituras, discografia, imagens etc), de modo a propiciar às novas gerações conhecer a importância e o sentido cultural da obra de Sivuca.


Será equipamento cultural de caráter educativo — uma instituição viva, dinâmica, interativa e permanente, preocupando-se com a inclusão social e voltado-se para o desenvolvimento do espírito de cidadania.


Esse novo espaço, com alternativas lúdicas e interativas, trará aos habitantes de João Pessoa nova alternativa de lazer. Orientar-se-á pelas técnicas mais avançadas da museologia e da museografia contemporâneas. Exigirá a participação ativa do espectador como elemento substancial e protagonista da dinâmica. Atenderá a requisitos de interatividade, cidadania, educação, memória, qualidade, inovação, transcendência e democratização da informação.


Destina-se o Memorial não só à população de João Pessoa, mas também a todo o povo brasileiro, bem como ao público estrangeiro — que sempre demonstrou enorme respeito pela obra do genial Galego de Itabaiana.


Quando o Memorial estiver concluído, impactará visitantes locais, nacionais e estrangeiros.


Além de sua matriz arquitetônica, o projeto completo apresenta itens suplementares, com características museológicas, museográficas, cenográficas, luminotécnicas etc.


Isto inclui iluminação especial, logotipia e identidade visual, programação visual e gráfica para todos os setores, espaços e necessidades das exposições permanente e eventuais.


Vão agradar em cheio as instalações audiovisuais com o emprego de grandes monitores de LCD sincronizados de alta definiçao, aparelhos de multivídeo panorâmico, textos de apoio, ampliações de fotografias, painel de abertura, painéis específicos, linha do tempo, placas de sinalização em todas as áreas.


O Memorial Sivuca mostrará, enfim, o resultado de toda uma rica pesquisa iconográfica, documental, histórica, de objetos, audiovisual, textos explicativos, materiais didáticos e tudo o mais.


Um telão de 16m x 3m apresentará vida e obra de Sivuca, havendo outras telas e monitores distribuídos setorialmente.


Os conteúdos podem ser aprofundados via hipertexto, audiovisuais multitelas, projetores sincronizados, trilhas sonoras originais, acervos digitalizados, terminais de computador, monitores interativos, letreiros animados, tudo mostrando a importância de Sivuca na Paraíba, no Brasil e no Exterior.


O Memorial Sivuca contará ainda com auditórios, cinetea­tro, salas especiais, exibição de CDs, DVDs, peças multimídias, materiais duplicados e/ou plotados, equipamentos expositores, mobiliário especial, etiquetas de identificação personalizadas, excelente acabamento. Teremos até a execução de elementos cenográficos com a recriação de ambientes de época.


E os especialistas, responsáveis pela elaboração do projeto, acompanharão a execução da obra, até sua conclusão.

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[O texto original deste artigo foi publicado no jornal A União, de João Pessoa (PB), no domingo, 22 de novembro de 2009]

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1 comment:

Unknown said...

Que ótima notícia, Evandro. Tenho certeza de que a Flavia, a filha única de Sivuca, ficará muito feliz. Afinal, ela já está há quatro anos levantando o acervo do pai. Como socióloga e pós-doutora em Estudos Culturais, acredito ser uma pessoa muito bem preparada para coordenar este Memorial, não só por ser filha, mas, principalmente, pela competência, que a levou a receber importantes prêmios no Brasil e no mundo, em virtude do trabalho de resgate da memória de Sivuca. Afinal, sem o aval dela, que é a única herdeira dos direitos de nome e imagem, esse Memorial não sairá do papel. Não dá pra ignorar esse direito, né?! É uma questão constitucional. Se a Paraíba ignorar isso, o Brasil não vai, porque Sivuca é patrimônio do Brasil e do mundo, e não somente de uma terra onde o coronelismo ainda persiste em existir. Graças a Deus, no resto do Brasil não é assim. E a Organização das Nações Unidas, que premiou e financiou o Instituto Sivuca, considerando-o um patrimônio da memória nacional, não ficará nada satisfeito em saber da construção de uma casa do pai sem o consentimento da filha. Pois é, a sua matéria já foi encaminhada à ONU. E o senhor, que está a fazer a biografia de Sivuca, acha possível conclui-la a contento sem entrevistar a filha do mestre? Trata-se de uma pessoa que conhece Sivuca muito melhor do que qualquer uma das quatro esposas do músico, afinal filha é filha!, e além disso ela conviveu com ele nos Estados Unidos e no Rio de Janeiro desde a década de 50. Vc acha que Sivuca só teve uma esposa?! Vai falar só dela?! As outras três ainda estão vivas, e vivíssimas, cheias de histórias pra contar, histórias de arrepiar o cabelo. Não vai querer ouvi-las? Cuidado, querido, vc vai acabar levando uma bela barrigada, hein?!?! Um jornalista experiente como você vai querer correr esse risco?! Acredito que não. Portanto, faça um trabalho bem feito, à altura da memória de Sivuca, e de todas as idiossincrasias pertinentes à sua história. Caso vc não entreviste a Flavia, sinto lhe informar que a sua biografia não passará de um engodo, uma mentira, que fatalmente será relegada ao esquecimento da história. Comunico-lhe este fato, pois estou em harmonia com os preceitos de Jeová, conforme Ezequiel: "se avisares ao ímpio, e ele não se converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu livraste a tua alma" (cap. 3, vers. 19). Em outras palavras: quem avisa, amigo é. Com sinceridade, A.